sexta-feira, 18 de novembro de 2011

POLÍCIA FLAGRA TRANSFERÊNCIA ILEGAL DE R$ 4,5 MIL REALIZADA POR PIRATA DA WEB


Grupo que atua na BA frauda sistemas operacionais de bancos, diz polícia.
Primeira vítima identificada mora em MG, é mulher e cliente do BB.

DO G1 BAHIA
Uma quadrilha especializada em fraudes bancárias realizadas por meio eletrônico começou a ser desarticulada esta semana pela polícia. A primeira vítima foi identificada na quinta-feira (17) e teve R$ 4.500,00 extraídos de sua conta-corrente, valor já ressarcido pelo banco, segundo Gildete Vitória, delegada titular de Itajuípe, na região sul da Bahia. A polícia da pequena cidade, que tem aproximadamente 21 mil habitantes, conforme a atualização do IBGE de 2010, está responsável pelo caso, porque um investigador da Polícia Civil local flagrou a ação de um dos suspeitos na terça-feira (15).

A delegada afirma que a vítima é mulher, cliente do Banco do Brasil e moradora de Minas Gerais. A polícia ainda não identificou o autor das transferências e mandante da quadrilha, qualificado tecnicamente como ‘cracker’, mas prendeu três suspeitos de receber o dinheiro desviado em suas contas particulares. “Cada um ganha 10% do dinheiro transferido”, explica a delegada. Dois suspeitos receberam alvará de soltura no dia seguinte, 16 de novembro, conforme informa a delegada. “Foi entendimento do juiz”, justifica. Em depoimento à polícia, apenas um confessou conhecer pessoalmente o ‘cracker’.

A investigação

Os suspeitos têm 22, 23 e 26 anos e disseram à polícia serem estudantes universitários. A delegada conta que o crime foi descoberto pelo investigador, que recebeu a denúncia de que um saque ilegal seria realizado por um homem em um banco na cidade.

“O primeiro foi autuado saindo com o dinheiro do banco, após ter sido encontrado o extrato que comprovava a fraude. Ele estava indo levar o dinheiro até Coaraci [cidade vizinha] para outro indivíduo e, quando retornou a Itajuípe, um terceiro também estava à sua espera. Este último iria levar a outra parte [do dinheiro] para a pessoa que faz as transferências, que ainda não foi identificada [o mandante]”, descreve Gildete Vitória. Os três foram seguidos pela polícia e os flagrantes foram acontecendo de modo sequencial, conforme afirma a delegada.

“Ele [‘cracker’] é do sul da Bahia. Segundo informações, mora em Ilhéus e estuda enfermagem em Itabuna. O que conhece ele disse que são colegas da faculdade. Todo esquema é intermediado por esse”, relata a delegada, que coletou do suspeito um possível endereço do ‘cracker’, mas desconfia que a informação seja equivocada. De acordo com Gildete Vitória, dois suspeitos estão em liberdade provisória e um permanece preso à disposição da Justiça. Todos eles serão enquadrados por furto qualificado, pois a legislação brasileira não especifica penalidade para esse tipo de crime. Caso sejam condenados, os suspeitos podem cumprir de dois a oito anos de prisão.

Fraudes bancárias

As perdas com fraudes bancárias realizadas por meio eletrônico somaram R$ 685 milhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de R$ 504 milhões, informação divulgada no dia 19 de agosto pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Para impedir a ação crescente dos criminosos, em especial nas fraudes pela internet, a Febraban defende que seja promulgada lei, pelo Congresso Nacional, com tipificação específica aos novos crimes, denominados “cibernéticos” ou de natureza eletrônica.



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